É inegável de que todos nós passamos boa parte do dia no automático fazendo coisas simples – e às vezes as mais complicadas -, de forma mecânica.
Este padrão de comportamento parece ser da natureza humana e a rotina diária muitas vezes nos engole com hábitos que começam logo cedo, quando despertamos, tomamos o café da manhã, organizamos a casa, nos preparamos para o trabalho, saímos para uma atividade física, levamos os filhos para escola, etc.
Estudar Gurdjieff (filósofo de autoconhecimento profundo) por alguns anos, me permitiu estar atenta à nossa mecanicidade e também para a qualidade da presença que temos na maioria das situações cotidianas, como por exemplo, conversas com amigos e família, reuniões de trabalho, etc.
Esta presença pouco efetiva nos impede de entrarmos em uma conversa com a atenção que ele merece, e como consequência, pagarmos um preço alto por isso em nossa vida pessoal e profissional, com prejuízo para a qualidade das relações.
Presença está diretamente ligada ao propósito de vida, duas coisas que caminham juntas- uma mistura poderosa que dará sentido à nossa existência e nos manterá mais atentos para nos dedicarmos de fato a algo que tem significado para nós.
O propósito mudará a forma como acordamos pela manhã, dará sentido ao nosso dia e mudará a maneira como interagimos com tudo e todos a nossa volta.
Distraídos, corremos o risco de nos desviarmos do nosso propósito.
Mario Sergio Cortella faz uma provocação em seu livro Qual é a Tua Obra: “Se você não existisse que falta você faria?”
Esta pergunta me gerou importantes reflexões na época: por que escolhi ser consultora e coach? Qual é o meu legado? O que coloca a minha vida em movimento?
Uma vida com propósito tem outro significado. Contribui para que eu me mantenha presente nas minhas atividades diárias, com meus objetivos no radar e consciente das escolhas que faço todos os dias. Me permite colocar a consciência em ação.
Uma estratégia de vida de longo prazo não sobrevive sem um propósito forte, porque sem ele estaremos reféns do acaso e pouco produtivos.
Se formos para o ambiente corporativo e olharmos as organizações e seus líderes, quantas delas estão sobrevivendo, ao invés de viverem intensamente seu propósito?
Se você é um executivo ou um líder, o propósito precisa ser um motivo para se orgulhar e fazer você acreditar que seu trabalho tem impacto direto nos resultados. Que ativa pessoas ao seu redor, que é um norte a ser compartilhado com todos para inspirá-los e mobilizá-los a buscarem seus próprios propósitos também.
Atuar como líder exigirá de você uma presença forte para conectar-se com todos os stakeholders, tendo no radar o propósito para que através dele você seja responsável por influenciar, encorajar e desafiar pessoas a trazerem resultados extraordinários e serem mais produtivas.
Quando falamos de cultura organizacional e marco filosófico não podemos deixar de falar de “propósito” nas organizações. Porque o propósito não é nem a visão, nem a missão e nem os valores. Um propósito forte e inspirador é uma razão tangível para que as decisões sejam tomadas, os processos bem estruturados e as tarefas bem executadas, além de ser um excelente motor para a inovação.
Um propósito forte, mobiliza e engaja equipes na busca de resultados sustentáveis. Ele pode fazer a diferença para que a empresa prospere continuamente e tenha perenidade.