No Brasil da Covid-19 falta tudo. Falta liderança. Sem ela, não temos uma visão do futuro que possa emoldurar as decisões do presente garantindo que estamos criando um futuro e não apenas reproduzindo o passado. Sem a visão do futuro, as ações são desarticuladas e erráticas. Na maior parte do país faltam recursos. Em outras partes, e para uma parcela de população, os recursos sobram. Falta, portanto, coordenação. Para muitos que estão na gestão falta ciência e sobram crendices.
Falta confiança – os eleitos consumiram o crédito que ganharam nas urnas com decisões equivocadas, pautadas por interesses próprios e não pelo bem comum. Decisões tomadas com base em valores pessoais, com os quais a maior parte da população não está alinhada.
Falta esperança. Angustiadas pela permanente ameaça à vida, as pessoas não encontram razões para acreditar que as coisas vão melhorar e que elas estarão seguras.
Falta empatia. Falta acolhimento. Falta respeito. 100 mil mortos e o Presidente da República comemora a vitória do seu time de futebol, passeia de moto, a cavalo ou jet ski. Em inúmeras declarações, ele demonstra descaso e desprezo pelas milhares de tragédias familiares que se abateram sobre os brasileiros.
O nosso panorama é o da absoluta escassez. Seria o campo fértil para o exercício da liderança. No entanto, a liderança que podia ocupar esse espaço – Mandetta – foi defenestrada porque ofuscava, pondo luz sobre a mediocridade do Presidente.
Após Teich, o breve, quem o Presidente escolhe? Um burocrata – aquele que não cria, não inspira, não mobiliza, apenas transfere recursos de um lado para o outro, desde que estejam no orçamento, é claro!
Hoje, o General, o burocrata especialista em Logística – aquele que diz que o nordeste brasileiro está no hemisfério norte – está lá contabilizando milhões de comprimidos da cloroquina, prontos para serem despachados para quem acredita em crendices.