Estou lendo o livro do Kiko Kislansky, “Muita alma nessa hora” (muito bom, por sinal) e me deparei com a seguinte colocação: a maioria das nossas mazelas sociais é resultado da nossa desconexão com nossa essência – o amor. Concordo em gênero, número e grau. E não se trata apenas da desconexão com o amor pelo outro, mas principalmente do amor por nós mesmos.
Relembro os tempos dos meus 20 e poucos anos e meu estado de inquietação e ansiedade em momentos da minha vida quando eu não gostava da pessoa que eu estava sendo, fosse porque eu estava muito distante do “ideal” que eu acreditava que deveria alcançar para ser uma pessoa merecedora de afeto, fosse porque a validação do outro era tão importante que me distanciava de mim mesma.
O fato é que essa ansiedade toda me cegava e alimentava crenças autolimitadoras, esvaziando meu protagonismo, tão peculiar a mim em momentos de autoestima fortalecida, e travando iniciativas que teriam agilizado transformações importantes para minha carreira.
Qual meu ponto aqui? Já há algum tempo, protagonismo e empoderamento têm sido temas centrais nas organizações e na sociedade. E muito se tem investido para ativá-los a fim de se criar culturas de alto desempenho, com indivíduos cada vez mais conscientes e determinados na direção de seu propósito. O que não me parece ser tratado com tanta clareza é a importância da autoestima na ativação do protagonismo e do empoderamento e não apenas para alavancar o desempenho e trazer melhores resultados, mas para trazer prosperidade!
Só tomo as rédeas da minha vida e das minhas escolhas quando me sinto competente para lidar com todas as complexidades que essa nossa realidade me coloca. E ser competente não significa dar respostas perfeitas, não significa não ter medo. Ser competente tem a ver com confiar e acessar recursos para dar a melhor resposta possível, para enfrentar e dominar os medos, para lidar com os riscos, com as falhas. Como diria Brené Brown: para estar na arena.
Hoje, nem consigo não estar arena. E me orgulho de ter mergulhado nas minhas verdades para ampliar minha consciência. Só estou aqui hoje escrevendo esse texto porque fiz um percurso lindo de fortalecimento de autoestima e conexão com o que me define por essência: o amor, por mim e pelo outro.
Estamos quase iniciando um novo ano e faremos muitas promessas a nós mesmos, estabeleceremos metas, acessaremos um sentimento de empoderamento e protagonismo muito típico dessa época do ano. As esperanças serão renovadas e nos acreditaremos super-homens. E isso é muito saudável. Mas para não deixar isso tudo empalidecer ao longo da primeira semana do ano, meu convite é: ative seu protagonismo relembrando o que o faz feliz, acessando seu propósito, conectando-se com sua essência. A nossa conexão com o amor – próprio ou pelo outro, passa pela generosidade com que nos olhamos e nos reconhecemos nas nossas imperfeições que nos fazem tão humanos. Aí podemos ser protagonistas sem sermos tratores, empoderados sem sermos arrogantes, fortes sem sermos cegos.
Feliz 2019!
Da autoestima ao protagonismo
Bela reflexão Lumena, vou compartilhar.
De encontro com minhas dúvidas e reflexões.
Uma pergunta que tenho feito é como Empoderar Pessoas e a autoestima é o caminho.
Abraços e Feliz 2019