Outro dia, no meio de uma discussão com minha esposa, eu parei e me dei conta – por que mesmo eu estava discutindo?
Nem todo conflito vira uma discussão, mas a princípio, uma discussão pressupõe a existência de um conflito.
Simplificando, vamos pensar em um conflito como uma situação entre pessoas, que ao confrontarem ideias, posições ou desejos, percebem ali uma diferença.
Por outro lado, inúmeras diferenças entre pessoas não levarão a um conflito. Talvez porque tratar do tema traga consequências; porque essa divergência não afeta a relação ou simplesmente porque cada um respeita e até valoriza essa diferença.
Voltando à minha discussão – ela pode até ter começado por uma eventual discordância, porém, quando me bateu a primeira dúvida, logo em seguida surgiu outra – o que está gerando meu comportamento? Estou mais preocupado com o fato de não estar errado ou influenciá-la a fazer o que acredito que deva ser feito? O conhecido “não dar o braço a torcer”.
Conflitos podem ser bons, nos ajudam a enxergar situações de maneiras diferentes e eventualmente melhores do que víamos. Mas isso só acontece se eu estiver aberto a ouvir e compreender o outro. Portanto perco essa oportunidade quando minha preocupação passa a ser “não perder a disputa”.
O segredo para não cairmos nessa armadilha é investigar o real interesse – por que eu quero o que quero?
O que eu quero é a minha posição, mas o porquê eu quero é o meu verdadeiro interesse. Por ele vale a pena lutar e a negociação é uma das nossas melhores ferramentas. Um interesse claro é um grande passo para uma boa negociação. O desafio é chegar a essa clareza, às vezes o caminho é difícil e é comum confundimos nossas reais motivações. Mas isso é tema pra outra conversa. Até lá!