O tempo é um dos recursos mais importantes que temos e o mais democrático também, uma vez que o dia tem 24 horas para todos. Usá-lo de forma estruturada traz melhores resultados em qualquer esfera da vida.
Você se considera uma pessoa produtiva ou é do tipo que usa o tempo como desculpa e procrastina suas decisões e tarefas?
Adiar uma decisão ou ação resulta em estresse, ansiedade, sensação de culpa, perda de produtividade e vergonha em relação aos outros – não cumprimos com nossas responsabilidades e compromissos. A procrastinação torna-se um problema quando nos impede de agirmos de forma planejada e estratégica.
João Cordeiro, em seu livro “Desculpability”, traz uma reflexão interessante sobre “nascermos com um tipo de instinto que nos impele a dar desculpas.”
O livro aborda a “desculpability”, que é o instinto de afastar de si qualquer responsabilidade, criando desculpas e culpando de forma inteligente os outros ou as circunstâncias para não realizarmos algo ou procrastinarmos. Quando a desculpability entra em ação, sai de cena o respeito ao próximo, o interesse genuíno, a empatia e o compromisso, comprometendo o bom uso do tempo. Ela é o oposto de “accountability”: postura ética e ativa, senso de responsabilidade, compromisso e coragem.
Devemos cuidar para não nos sabotarmos, procrastinando em situações que precisam ser resolvidas com desculpas do tipo “não tinha todas as informações”, “o sistema caiu ou está lento”, “estou correndo muito”, “minha agenda está uma loucura”. Além disso, são muitos os riscos de termos o nosso tempo engolido pela tecnologia, que precisa estar ao nosso serviço e não nos escravizar. É importante estarmos atentos para os ladrões de tempo disponíveis em um mundo que está hiperconectado como vídeo reuniões, e-mails, redes sociais, WhatsApp.
Estas posturas não ativam a disposição para a ação – nossa capacidade de execução fica prejudicada quando drenamos a energia produtiva com “culpas ou desculpas”. Observar o modelo mental pode contribuir para não entrarmos em algumas ciladas.
O mesmo acontece com a liderança: se você deseja que seu time jogue o melhor jogo na organização, tenha uma estratégia clara e compartilhada, não aceite desculpas e explicações, ative o protagonismo de cada um do time gerando accountability!
Barry Melrose, comentarista e treinador canadense de um time de hockey, descreve o papel do treinador em qualquer esporte: “é levar as desculpas para longe do jogador. Sem problemas de equipamento, sem maus planos de jogo, então não há lugar algum para o jogador olhar a não ser para o espelho”.
Quando a cultura do accountability está estabelecida, não existem desculpas ou culpados, porque está presente o compromisso com a tomada de decisão, com a produtividade e com o resultado.
Denise, gostei bastante do seu post . A procrastinação pode ser observada em todos os eventos e serve tambem como importante marcador de “nós” que nos paralisam consciente ou inconscientemente.
Acaba por dar pistas interessantes e produtivas na investigação dos eventos em atividades que envolvem conhecimento do outro , de maneira geral.
Um beijo e obrigado