SOMOS TODOS PARADOXAIS, CRIATIVOS E MUTANTES! – Marcondes Consultoria

SOMOS TODOS PARADOXAIS, CRIATIVOS E MUTANTES!

Reflito muito sobre a natureza humana, principalmente porque é o meu material de trabalho há décadas.

Nesse exercício não me canso de pensar sobre o quanto o ser humano é paradoxal. Mas, antes de prosseguir, é preciso definir o que é o paradoxo e o que é paradigma.

A palavra paradoxo vem do grego: para quer dizer proximidade, algo que está ao lado ou é oposto; doxa significa crença comum, opinião popular.  Enquanto a palavra paradigma significa algo que representa um padrão a ser seguido.

Quando pensamos em paradoxo, com frequência nos referimos a algo que está fora do senso comum, algo que parece não fazer sentido. Já, quando pensamos em paradigma, pensamos em algo faz sentido e que pode, e em alguns casos deve, ser quebrado. A expressão paradigma foi incorporada nos mais diferentes discursos a partir da divulgação por Joel Barker das ideias de Thomas Kuhn (1). Hoje, usa-se a expressão para qualquer mudança, e não apenas para as grandes transformações como preconizava Kuhn.

Ocorre que quebrar um paradigma significa adotar outro paradigma. Portanto, vivemos em um mundo de paradoxos, no qual precisamos conviver com múltiplas realidades e muitos de nós não fomos treinados para isso.

O padrão mental ainda vigente é separatista, dicotômico: direita x esquerda, homem x mulher, bem-sucedido x mal-sucedido, e assim vai… Separação que é uma das causas de tanto sofrimento e intolerância, tão comuns na nossa sociedade hoje. As polarizações nos impedem de aprender com o diferente. Além disso, a pressão por resultados nos impede de explorar o problema sem recorrer, imediatamente, a um modelo mental de rápida solução.

A rigidez mental decorrente nos leva a identificar paradoxo como uma estrutura de pensamento na qual duas verdades aparentemente contrárias não podem coexistir.

Como Coach, nem sei quantas vezes atendi pessoas que estavam sofrendo por conta dos seus paradoxos:

  • Pessoas duras, até às vezes grosseiras, e que no fundo são doces e amorosas;
  • Pessoas altamente competitivas, mas que só querem ser amadas;
  • Pessoas complicadas e que na realidade são gente muito simples tentando mostrar alguma sofisticação;
  • Pessoas indecisas apenas porque não querem magoar ninguém.

Há uma tendência de querermos nos definir (e aos outros) por paradigmas. Há um pensamento corrente de que precisamos resolver nossas aparentes contradições de uma vez por todas e eliminar uma dessas características ou a tensão que existe elas. Além disso não ser verdadeiro, precisamos aprender a integrar as nossas aparentes contradições e aprender com elas.

Precisamos evoluir do modelo mental ”Ou sou é isso ou sou aquilo”, para… “Eu posso ser isso e aquilo”. E os outros também podem. Não precisamos nos “consertar”, tentando chegar a uma condição de perfeição que não existe.  A sábia escritora Clarice Lispector disse: “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”.

Somos humanos, contraditórios, criativos e mutantes! Grande parte da nossa maturidade, senão ela toda, vem dessa integração. Eu levei muito tempo para definir-me pelos meus paradoxos. Hoje, me vejo assim:

  1. Sociável e tímida;
  2. Competente e insegura;
  3. Amorosa e desconfiada;
  4. Criativa e distraída;
  5. Corajosa e frágil;
  6. Intuitiva e lógica;
  7. Vaidosa e gordinha (ooops, licença poética!).

E me acho muito mais interessante!

Para mim, transformação é conseguir ser:

  • De pessoas duras, até às vezes grosseiras, e que no fundo são doces e amorosas para pessoas firmemente amorosas;
  • De pessoas altamente competitivas, mas que só querem ser amadas para pessoas competentes e amadas;
  • De pessoas complicadas e que na realidade são gente muito simples tentando mostrar alguma sofisticação para pessoas sofisticadamente simples;
  • De pessoas indecisas apenas porque não querem magoar ninguém para pessoas decididas que não magoam ninguém deliberadamente.

Acredito muito na força e na sabedoria da integração. Abraçar o nosso lado sombrio, as nossas dificuldades, traz uma nova consciência que nos humaniza e nos permite sermos mais tolerantes e mais generosos com os outros também.

(1) Autor de “A estrutura das revoluções científicas”

SOMOS TODOS PARADOXAIS, CRIATIVOS E MUTANTES!
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Ane Araujo


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