Experimente frear o seu carro com o pé esquerdo.
Advertência: só faça essa experiência se você estiver sozinho no carro, numa rua vazia e com o cinto de segurança afivelado!
Com o mesmo pé com o qual você consegue um perfeito controle da embreagem, inclusive numa subida íngreme, ao usá-lo para frear, vai perceber que não consegue o mesmo resultado. O efeito poderá ser um tranco ou não conseguir parar a tempo. Ambos são ineficazes e deixam os outros passageiros inseguros e apreensivos.
O mesmo ocorre quando estamos experimentando novos comportamentos. A falta de prática ou de orientação pode dificultar a exata expressão do que queremos demonstrar.
Vamos olhar as etapas da transformação de um executivo durante o processo de Coaching.
Ele era considerado pouco solidário e algo arrogante. Ele já tinha recebido vários feedbacks nesse sentido e reagia mal, defensivamente. Ele não estava plenamente consciente da necessidade da mudança. Ele teve uma má avaliação de performance que o fez cair em si. Esse comportamento estava de fato arruinando a sua evolução na empresa.
Mais consciente, ele resolveu mudar e tentar novos comportamentos. Seus pares começaram a relatar que ele apresentava algumas mudanças, mas ainda não estavam seguros de que era para valer. O coachee ainda estava aprendendo a dosar a intensidade desses novos comportamentos e, provavelmente, esqueceu de compartilhar isso com as pessoas e de pedir ajuda a elas.
O passo seguinte foi ele solicitar aos pares que lhe dessem feedback sobre seus acertos e erros. Isso o ajudou a perceber quando suas escolhas eram apropriadas ou não em cada situação. Nesse ponto do processo, o grande diferencial foi a humildade em aceitar críticas, reconhecer os erros e pedir desculpas quando fosse o caso. As pessoas reagiram melhor e ficaram mais dispostas ainda a colaborar.
Gradualmente, o coachee começou a obter mais domínio dessa nova postura, mais humilde e solidária. O comportamento arrogante e distante começou a desaparecer. Ele começou a descobrir uma forma mais respeitosa e eficaz de tratar as pessoas. Sua autoestima naturalmente melhorou, principalmente pelos feedbacks positivos que agora recebe.
Voltando à analogia do freio, ele agora dirige com calma e bom humor, deixando os passageiros tranquilos até mesmo ao subir as ladeiras mais íngremes.
Moral da história: quando precisar mudar seu comportamento, seja humilde e peça ajuda. E, as pessoas a sua volta precisam ter mais paciência e dar um voto de confiança, além de muito feedback. Afinal de contas, mudar hábitos e padrões não é algo que acontece do dia para a noite.